segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um pouco da nossa casinha...


Moro nesse quintal há 36 anos, um quintal bem generoso em suas medidas, onde temos o privilégio de conviver com muitas árvores e onde espaço não nos falta. A natureza está sempre presente em nosso dia a dia, através do verde que nos cerca e também através dos animais que nos visitam...papagaios, micos, de vez em quando um gambá, lagartos, pássaros e mais pássaros...Apesar de gostar de ter esses animaizinhos por perto, sei que eles estão perdendo espaço para o homem e não estão aqui exatamente por escolha, mas sim por estarem acuados pelo tal "progresso", mas enfim... não quero sair do foco do Post.
Bem, eu morava antes em uma casinha nos fundos e desde 1987 passei a morar em uma casa mais a frente do mesmo quintal. Esta casa foi da minha avó e do meu avô, acredito eu desde 1940 e foi onde minha mãe e meus tios foram criados. Dois dos meus três tios se mudaram daqui após seus casamentos e permaneceram aqui apenas minha mãe e um outro tio. Ambos, mesmo depois de casados continuaram morando no mesmo local, minha mãe na tal casinha dos fundos que mencionei e meu tio em uma casinha também no mesmo quintal. O tempo passou, minha avó morreu e a casa da frente  ficou vazia. Minha mãe não ficou muito a vontade de morar nela antes de fazer uma boa mudança no seu visual, pois as recordações eram muito presentes e nem todas eram prazerosas. Um exemplo disso é que era costume antigamente velar os falecidos na sala da casa onde moravam, e acho que deixar as coisas exatamente como eram, não seria muito bom em termos de lembranças para ela. Enfim, pessoas morreram dentro da casa e também no quintal, pessoas receberam seu último adeus na nossa sala, mas isso ficou no passado. A casa não é mal assombrada, nem coisas ruins acontecem por aqui, mas na minha adolescência eu adorava colocar medo nos meus amigos e contava várias histórias para eles que os deixavam de cabelinhos arrepiados. Histórias essas que ouvia da minha mãe e eu repassava sempre com um toque a mais, aproveitando que a aparência da casa e do quintal, com tantas árvores e plantas, à noite já dava medo...Foco, Miriam! Voltando...então foi decidido, por um dos meus tios juntamente com meus pais, a reformar esta casa para nós morarmos.  A casa era um pouco menor e mais simples, mas com muito potencial. A reforma foi feita, e fomos agregando melhorias com o passar dos anos. Hoje em dia a casa tem mais um quarto, tem um terraço, uma varanda, uma garagem e uma área. Ainda não está finalizada, ainda não está com minha cara, há muito a se fazer, é uma casa velha, mas é o meu lar. Moramos eu, minha mãe e meu pai juntos por dezoito anos nesta casa. Tivemos nossos altos e baixos. O Derek nasceu em dezembro de 2003, moramos por mais um ano nós quatro e meu pai se foi. Depois continuamos mais quatro anos sendo apenas eu, minha mãe e o Derek e em 2009 minha mãe também partiu. Hoje não tenho mais meus pais, meu tio que morava nos fundos também já se foi e os moradores da casa hoje somos eu, Mayke e Derek. Este é o nosso espaço, é nosso refúgio. Gostaria que mesmo quando eu, também não mais estivesse por aqui neste mundo, quando já tivesse me mudado para minha nova morada, esta casa ainda continuasse sendo da nossa família, dos Carvalhaes... Afinal, o que significa Carvalhaes? Este sobrenome tinha que ser meu mesmo... Podem rir, mas eu me sinto meio guardiã dessas árvores que estão aqui, algumas há muito mais tempo do que eu. São duas mangueiras centenárias, uma jabuticabeira onde eu vivia pendurada, três abieiros que os morcegos adoram, duas caramboleiras onde os papagaios fazem a festa e acabam com o chão que acabamos de varrer, um urucuzeiro que meu tio Moysés plantou,  uma aceroleira que minha mãe também plantou e vivia nos entupindo de suco de acerola, um mamoeiro filhote que estamos esperando os primeiros frutos, uma graviola que quando pensamos que vai morrer nos aparece com o fruto enorme. Temos também árvores que são apenas árvores sem frutos, mas que são lindas de qualquer jeito e que merecem estar aqui tanto quanto nós, pois todas são testemunhas das nossas vidas...Enfim, esse é um resumo da história da nossa casinha, tendo como companhia ao escrever, esta mangueira que nos encanta com sua presença.



Linda mangueira e mesmo tão antiga ainda nos presenteia com sua magnitude e suas mangas maravilhosas.

Bom mesmo é ficar deitada nesta rede olhando para os papagaios comendo cararmbolas verdes.

Tirar uma soneca?

Visão da frente da casa.
Tão comuns, mas tão lindas...
E olha ela aqui tão próxima.



Pode chegar...




Beijos
Miriam

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